Pacto com Santo Antônio
O tempo passou, a pele enrugou e Josefina não casou.
Mas numa emboscada com o santo, pelo Teobaldo se apaixonou.
De família muito humilde, passou por muita privação
Ainda meninota, o amor dominou seu coração.
Cresceu a inocente menina, correndo pelo campo
Ouvindo o malandro dizer, ser apaixonado pelos seus encantos.
Na missa de domingo, Josefina era beata fiel
Pedia de presente a Santo Antônio, uma bonita lua de mel .
Cansara de ser solteira, chega de muita enrolação!
Cobrara do namorado Teobaldo, uma urgente solução.
Mas o moço era esperto, e muito escorregadio
Ouvir falar de casamento, o deixava arredio.
O tempo muito cruel, a mocidade foi levando
A infeliz da Josefina, para titia acabara ficando.
Cheio de galanteios, o moço aparentava um bom partido
Iludia as moças da cidade, com seu amor bandido.
Josefina, de menina inocente, passou à tia rejeitada
Arquitetou um plano maligno, preparou uma emboscada.
"Acabarei com a vida de Teobaldo"! Pensava a mal amada
Era o único jeito de vingar, a mocidade roubada.
Valeu-se de Santo Antônio, para resolver a parada
Já que ele era também culpado, de não ser uma mulher casada.
De santo na mão, e muito ódio acumulado
Esperou atrás da porta, seu primeiro namorado.
Na hora de costume, o malandro apareceu
Com uma pancada na cabeça, Santo Antônio o caso resolveu.
Na pequena cidade, a tal morte o jornal noticiou
Um homem morreu de morte morrida, o santo se vingou.
Santo Antônio virou santo casamenteiro, a noticia alardou
Josefina, então viúva, toda sua fortuna herdou.
Sua parceria com Santo Antonio, virou mito na cidade
A mulher viúva solteira e o bandido que lhe roubou a mocidade.
Renilda Viana
Enviado por Renilda Viana em 18/03/2011
Alterado em 17/05/2019