Grandeza humana
Chove lá fora, a neblina é fria, os faróis brilham no reflexo da chuva enquanto um vulto aproveita o raio de luz para atravessar a rua deserta.Um homem, ou melhor, o que restou de um homem. A sua solidão o fez pequeno diante da grandeza humana. Um subumano. Seu descanso é ao relento, suas refeições no lixo, sua higiene com a chuva que cai, seu trabalho é a difícil luta pela sobrevivência. É assim a vida deste pequeno vulto que procura atravessar uma das avenidas mais importantes da metrópole. Mas a visão é quase nula, o vulto é quase homem, a vida é quase sem sentido. Os faróis aproximam, ele tenta proteger os olhos da luz ofuscante. Não há tempo, os faróis desaparecem, deixando um corpo estendido. Atrás dos faróis um homem com toda sua grandeza humana.