Ela acorda nas primeiras horas do dia. Desesperada com o adiantado da hora, corre na  cozinha prepara o café da manhã, coloca a mesa, corre no quarto, tira da cama quem ainda dorme. O tempo é injusto, corre sem se preocupar com  seu desespero.  Mas, do que adianta se desesperar? Tempo é tempo! Não há o que fazer. As vestes  foram separadas na noite anterior, as peças do pijama ficam espalhadas pelo chão do quarto, indo até o sofá da sala. O banho é rápido, sem delongas! O primogênito se desespera ao ver o desespero materno matinal, tenta colocar o uniforme escolar sozinho, quer provar que já é independente. Numa mistura de alegria e nervosismo ela  o observa e recoloca a camiseta que se encontra no avesso. Checa mochila, lanche, uniformes do judô, capoeira, educação física, tudo ok. O tempo continua lhe enfrentando duramente, para o café lhe sobram míseros segundos. O dia lá fora lhe espera e não a deixa  esquecer que tem apenas vinte quatro horas. Sai da sua própria casa como se estivesse fugindo da casa alheia, correndo. No primeiro farol  lembra da aparência, o tempo em casa nunca é dedicado  a esta tarefa sem importância para muitos, porém, para ela nunca! Será entre quatro e cinco semáforos até a primeira parada, na escola. Percurso e pausas suficientes para a base, o pó, a sombra, o lápis, o rímel e o batom. Ao final da primeira parada, tudo ok. Rumo ao trabalho, finalmente a sensação de ter driblado o tempo, só falta colocar o salto e jogar o chinelo embaixo do banco. Linda, a exuberância em pessoa, adentra no seu posto de trabalho. Mas o tempo a persegue, ele é cruel! Descontraída, compenetrada em compromissos não vê que ele passa veloz, não resta alternativa a não ser sair correndo no meio do dia para atender o primogênito que a aguarda num portão de escola. São exatamente dois semáforos que ela precisa para lembrar que sem comida não é possível continuar de pé. Um misto frio faz às vezes de um almoço saudável. Mais uma tarefa cumprida e novamente a sensação de ter o tempo nas mãos. Retoque na maquiagem e de volta ao trabalho para completar sua jornada de oito horas. Exausta, porém linda, sente-se vencida pelo tempo, este chega trazendo o por do sol, ela, claro, romântica ainda o contempla. Mas, em casa pessoas a aguarda. Banho, jantar, lição de casa, louça e sorriso no rosto são disputados por todos. Ela não decepciona! Tempo não é problema!
Informações importantes:
Ela- mulher
Ocupação diária- Ser Mulher
Profissão: Mulher
Remuneração- De mulher