Sou recantista-RENILDA D. VIANA
Crônicas urbanas, contos, poesias e muita dedicação
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos
Bulliyng, o mal do século!
Bullying, o mal do século

Glorinha chegou na escola da professora Matilde já no segundo trimestre do ano letivo.  No seu primeiro dia de aula sentiu-se acolhida pela professora e pelos colegas. Para a pequena novata, as meninas pareciam umas princesas! Na sua maioria, de pele bem branquinha e portando mochilas cor de rosa. Glorinha não tinha uma mochila rosa e nem de outra cor, tinha apenas um caderno e um lápis. O essencial para dar continuidade aos seus estudos.
A professora Matilde apresentou a Glorinha como a nova aluna, oriunda de uma escola rural situada nos canaviais do interior paulista.
A menina sentia-se feliz. Procurou cumprir todas as tarefas solicitadas pela professora. Em alguns momentos foi repreendida devido à falta de material necessário para execução de algumas lições, o lápis de cor, por exemplo. Acanhada, retribuía com um pequeno sorriso nos lábios. Com olhos de soslaio observava suas novas e futuras amigas.
Tudo estava bem. Morar na cidade grande e entrar em uma escola nova, não era nenhum monstro. concluíra Glorinha ao término das três primeiras aulas.
Joãozinho observou a nova colega durante toda aula. Com olhares acompanhou seu percurso da sala até o refeitório. Glorinha recebeu seu lanche e sentou-se à mesa junto com as colegas de mochilas rosa. Para sua surpresa, todas se levantaram e foram sentar-se à mesa ao lado. Ela ficou ali, sozinha e sem entender o que tinha acontecido. Joãozinho, a observar.
De volta à sala de aula, todos procuram seus assentos, reiniciando suas tarefas. Tudo tranquilo. Nada fora da rotina da enfadonha aula da professora Matilde.
Mais uma vez o Joãozinho resolve movimentar aquela aula:
_ Professora, como é mesmo o nome da nossa nova colega de classe? Pergunta.
_ Você João, como sempre, desatento a tudo. No início da aula foram feitas as apresentações. Maria da Glória, este é seu nome. Responde a professora.
_ Ah! A senhora sabia que a Maria da Glória está sofrendo de uma doença grave? Gravíssima!
Todos voltaram os olhos para a carteira da pequena Glorinha. Ela não entendendo o que o novo colega estava dizendo, encolheu-se na cadeira, quase desaparecendo embaixo da mesa.
A professora Matilde, assustadíssima, volta-se para a menina e diz:
_ Maria da Glória, amanhã deverá entrar somente com a presença dos seus pais. Preciso saber das recomendações médicas para lidar com seu problema de saúde.
Sem entender nada, mais uma vez a garota responde com um pequeno sorriso nos lábios.
_ E você João, como soube da doença da Maria da Glória? Já andou bisbilhotando a vida da sua nova colega? Pergunta a professora.
_ Não professora, dessa vez eu não fiz nada, só fiquei observando. Sabia que esta doença o médico não cura? Afirma e deixa todos mais assustados.
_ Mas que doença é esta tão assustadora? Será algo adquirido nos canaviais?
_ Xiiii!! Errou feio, professora! A Maria da Glória adquiriu este mal aqui mesmo, assim que entrou nesta escola, precisamente nesta sala! Afirmou.
_ E como ficou sabendo disso, menino? Deve estar querendo se livrar das tarefas com suas conversas tolas. A professora repreende já sem paciência para continuar aquela conversa.
_ Eu percebi na hora do lanche. Fala o Joãozinho.
Quando a Maria da Glória foi lanchar, escolheu sentar-se junto com as meninas da classe, neste momento todas se levantaram e trocaram de mesa, deixando-a sozinha.  Foi aí que vi que ela acabara de adquirir um mal muito grave que pode até matar. O bullying.  
Como este assunto não era nenhuma novidade na escola, todos  entenderam do que o Joãozinho estava falando. As meninas entreolharam-se envergonhadas, a professora dirigiu-se para a nova aluna e solicitou que relatasse o ocorrido.
Joãozinho que nunca gostou de injustiças, continuou falando do tal mal do século.
_ A nossa colega Maria da Glória está sofrendo bullying, e este mal só cura com pedido de desculpas, respeito às diferenças e aceitação.  
Neste momento todas as meninas saíram em direção a nova colega, pediram desculpas e se abraçaram, surpreendendo até a professora Matilde.
Renilda Viana
Enviado por Renilda Viana em 10/09/2014
Alterado em 19/10/2024
Comentários
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links