Sou recantista-RENILDA D. VIANA
Crônicas urbanas, contos, poesias e muita dedicação
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Textos
Cordel do Home office

Cordel do Home office

Eu não poderia deixar de falar
O problema que tive a enfrentar
Meu colega de trabalho sessentão
Que não se conformava em parar.
A empresa mandou seguir as normas
E com segurança continuar a trabalhar.

Ficar longe de agitos e aglomeração
E para casa nos mandar, foi a solução
Home office, pantufas, pijamas e calção
Nos adaptando a nova onda dessa geração
Afazeres domésticos, sem horário para alimentação
Era a nova rotina do casal sessentão.

Porém, esse meu parceiro de longa data
Está sempre a inventar
Uma desculpa esfarrapada
Para, do isolamento escapar
Sempre tem algo faltando na geladeira
E para o mercado logo quer sair para comprar

Ah, não posso esquecer de falar
Esse algo que falta em nossa geladeira
Acredite, é sempre uma gelada para tomar
Insiste em beber em horário de serviço
Mais um desvio de conduta, mais um vício
Não sei onde isso vai,quando  a pandemia acabar.

Será difícil manter esse meu parceiro
Numa empresa de rotina regular
Pois esse tal de home office moderno
Apareceu mesmo para revolucionar
Pois um homem que vivia a reclamar das gravatas
Começou a trabalhar de alpargatas.

Muito tempo já se passou
Na nova rotina, na vida, no trabalho, em nada mudou
A não ser o fato de comprar pijamas novos
Pois os  antigos, de tanto uso, desgastou
Sem falar das novas silhuetas de ambos
Não sei te falar agora, quem mais engordou.

No meio de tantas mudanças repentinas
Meu parceiro até parou de reclamar
Fez grandes adaptações na empresa doméstica
Só não quis saber de malhar
Eu acabei entrando na onda
E até a tal gelada, comecei a tomar.

É óbvio que tanto tempo juntos
Novos defeitos até então desconhecidos
Foram surgindo manias novas
Nada passa despercebido.
Quem não treinou para a rotina dos casais
Com certeza, nessa pandemia, não chega à final.

Ah, e não é que ressurge  uma luz no fim desse túnel?
Todos nós, pobres, ricos, brancos, pretos ou pardos
Estamos aqui com uma grande esperança
De nos livrarmos desse pesado fardo.
Viajar, correr, sair por aí de cara limpa
Voltar a ser feliz como criança.

Somos um povo de muita sorte
Deus, nosso Senhor, conosco fez jus
Nos presenteou com o poder da ciência
E nos orientou na criação do SUS
A vacina, é a esperança desse clã
Salve, salve o povo brasileiro, salve, salve o Butantã!







Renilda Viana
Enviado por Renilda Viana em 14/01/2021
Alterado em 14/01/2021
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