Sou recantista-RENILDA D. VIANA
Crônicas urbanas, contos, poesias e muita dedicação
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Aproximava as festividades natalinas quando resolvi dar uma chegadinha na Rua 25 de março, centro de São Paulo.

Tudo bem que ainda estávamos em meados de outubro, mas, todas as lojas já exibiam pisca piscas e adereços em todas as paletas de cores.  Toda mercadoria voltada para o Dia das Crianças já havia sido encaminhada para o fundo das lojas, na linha de frente estavam as mais belas árvores de Natal e Papais Noeis tocando suas trombetas.

Árvores de todas as cores: prateadas, vermelhas, ouro, brancas, azuis e poucas verdes. Lembrei que eu sou do tempo que só existiam árvores de Natal, verdes. Para falar a verdade, nem fui naquele lugar premiadíssimo no quisto aglomeração, para comprar nada para o Natal, mas não tive escolha, fui obrigada a me embrenhar no mundo purpurinado do Papai Noel. Olho daqui, dacolá, a esta altura não me lembrava mais o que teria ido buscar.

 Passo em frente de uma loja totalmente dedicada a festa cristã. As mais belas árvores de Natal espalhadas na frente da loja, com galhos reluzentes saindo para a calçada, não tinha quem não parasse para admirar toda aquela beleza. Bom, fui também atraída.

Encostei, e fui me aproximando das etiquetas para visualizar os preços. Variavam entre cento e cinquenta e oitocentos reais. Isso mesmo, árvore de Natal a quase um salário-mínimo. Estou ali boquiaberta com os abusivos valores, quando ouço uma mulher: “veja amor, olha que árvore mais linda!” Virei e vi que se dirigia a uma belíssima árvore azul anil, com bolas prateadas e uma linda estrela vermelha no topo. O “amor”, não sei se esposo, namorado…, aproximou, levantou o pescoço para conseguir enxergar a etiqueta. Voltou-se para a mulher: “amor, se a gente colocar uma árvore desse valor em casa, o Papai Noel nem vai entrar em casa. vê logo que não somos dignos de sua visita e de seus presentes”. A mulher olhou para o companheiro: “é amor, você tem razão! Não será com enfeites caros que iremos conseguir mostrar para Deus o quanto o amamos”. 

O companheiro encerrou aquela conversa com chave de ouro: “pois é, veja aquela nossa vizinha da frente, enfeita a casa todo ano, com hennas no telhado e até papai Noel pendurado na chaminé, mas, nunca nos deu um “bom dia” ou nos convidou para cearmos juntos, provavelmente, também nunca recebeu o Senhor para ver suas hennas empalhadas.”

Me afastei daquela conversa, confiante e muito segura do verdadeiro significado do Natal. 

Renilda Viana
Enviado por Renilda Viana em 30/11/2022
Alterado em 28/07/2024
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